Rede Globo de Televisão, a maior de toda a América Latina e a quarta maior do mundo, assistida por 80 milhões de pessoas diariamente

A Rede Globo de Televisão é uma rede de televisão brasileira. Foi fundada em 26 de abril de 1965, pelo jornalista Roberto Marinho. Atualmente, a cadeia é a maior de toda a América Latina e a quarta maior do mundo, assistida por 80 milhões de pessoas diariamente. A empresa faz parte do grupo empresarial Organizações Globo. A sede administrativa da Reda Globo encontra-se no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O departamento de notícias está situado no Jardim Botânico, e seus principais estúdios de produção localizam-se no complexo conhecido como Projac, em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. A Rede Globo possui também um importante estúdio de produção em São Paulo. São, ao todo, 121 emissoras próprias ou afiliadas, além da transmissão no exterior pela Globo Internacional e de serviço mediante assinatura no país.

História
Em julho de 1957, o Presidente da República, Juscelino Kubitschek, aprovou a concessão de TV para a Rádio Globo e, em 30 de Dezembro do mesmo ano, o Conselho Nacional de Telecomunicações publicou um decreto concedendo o canal 4 do Rio de Janeiro à TV Globo Ltda. Sendo assim a TV Globo foi oficialmente criada no dia 26 de Abril de 1965.

Início da expansão
Em 1966, a TV Globo chegou ao estado de São Paulo com a aquisição do canal 5 que, desde 1952, funcionava como a TV Paulista, de propriedade das Organizações Victor Costa. Em 5 de Fevereiro de 1968, foi inaugurada a terceira emissora, em Belo Horizonte, e as retransmissoras de Juiz de Fora e de Conselheiro Lafaiete, além de um link de microondas que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo.
Em 1968, Roberto Marinho adquiriu a geradora de Minas Gerais, a TV Globo Minas.
As primeiras emissoras afiliadas à Rede Globo foram a TV Triângulo (Rede Integração de Uberlândia); TV Gaúcha (RBS TV Porto Alegre), no ano de 1967; TV Anhanguera (Rede Anhanguera), em 1968; a TV Guajará, em 1969.

O acordo com a Time-Life
Em 1962, um acordo polêmico assinado entre Time-Life e as Organizações Globo, holding de Roberto Marinho, proporcionou a Marinho o acesso a um capital em torno de 6 milhões de dólares, o que lhe garantiu recursos para comprar equipamentos e infra-estrutura para a Globo. Em troca, Time-Life teria participação em 30 % de todos os lucros aferidos pelo funcionamento da TV Globo. Como comparação, a maior TV brasileira na época, a TV Tupi, tinha sido construída com um capital em torno de US$ 300.000. O acordo foi considerado ilegal, pois a Constituição Brasileira naquela época proibia qualquer pessoa ou empresa estrangeira de possuir participação em uma empresa brasileira de comunicação. O acordo foi investigado por uma CPI em 1967. Como uma tentativa de legalizar o acordo, mencionava-se claramente nos termos deste acordo que a Time-Life ou Time Inc. não tinha o direito de participar ou de interferir na administração da Globo. Na prática, Time-Life possuía grande influência dentro da Globo: Joseph Wallach, o ex-diretor da Time-Life na Califórnia, se tornou de facto um diretor executivo dentro da Globo.

Novelas, a fórmula de sucesso da Globo
A Rede Globo especializou-se em fazer telenovelas, que são vendidas atualmente para mais de trinta países. Novelas de inúmeros gêneros: comédias, românticas, atuais e de época, ambientadas no Rio de Janeiro, em São Paulo, no campo, no litoral e em todos os estados brasileiros.

Existem dúvidas entre diversos críticos e especialistas se tais novelas veiculam opiniões, usos e costumes de toda a sociedade brasileira e se elas refletem a sociedade brasileira. Alguns alegam ser impossível dada a extensão geográfica e à elevada diversidade sócio-cultural do país.

Por outro lado, as telenovelas da Globo no Brasil, bem como telenovelas mexicanas no México e séries de televisão nos Estados Unidos produzem de imediato fenômenos de "massificação", objeto de diversos estudos mas que pode ser verificado de maneira empírica e simples sem necessidades de um protocolo ou estudo experimental complexo e ao alcance de qualquer indivíduo: basta sair ao comércio de roupas e calçados, em qualquer região do país, em busca de itens que estejam em sincronia com o que surge na TV. O fato é conhecido da indústria que explora o potencial de marketing associado.

Atualmente a emissora está no Guiness Records por ter mais de 260 telenovelas já gravadas e outras quatro ainda em andamento. A telenovela-série "Malhação" está no ar de segunda-Feira a sexta-feira, desde 24 de Abril de 1995. A Globo produz também programas de variedades, séries, jornalismo e esporte.

Alguns críticos apontam as telenovelas como uma das causas da derrocada do cinema brasileiro desde a década de 1980, o que é questionado por outros, uma vez que as Organizações Globo, desde a década de 1990, tem investido no mercado cinematográfico, aproveitando sua infra-estrutura, sua experiência no formato televisivo e seus contratos com atores e diretores.

O IBOPE da Grande São Paulo, a audiência mais importante do Brasil, mostra que as novelas da Globo perderam entre 2004 e 2008 26,19% dos telespectadores. Mesmo assim, a Globo ainda é líder.

Muito Além do Cidadão Kane
Em 1993, o Channel Four (contrariando a crença geral de que seria a BBC), uma rede de TV Britânica, produziu um filme que conta a história da Rede Globo de Televisão. O documentário foi proibido no Brasil desde 1994, graças a uma ação judicial movida por Roberto Marinho. Atualmente existem poucas cópias em circulação no Brasil, além de versões piratas circulando pela internet, como no site Youtube. O filme conta com a participação de alguns artistas, políticos, e especialistas como Luiz Inácio Lula da Silva, Chico Buarque, Leonel Brizola e Washington Olivetto. O documentário jamais esteve no circuito de cinemas brasileiros e a exibição que ocorreria no Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro, foi proibida pelo então presidente da República, Itamar Franco.

O título original é "Beyond Citizen Kane". Ele teve origem no personagem de Orson Welles, Cidadão Kane ou Charles Foster Kane , criado no final da década de 1940, como protótipo do magnata dono de um império de comunicação. O personagem Cidadão Kane, por sua vez, foi criado por Wells para o filme sobre William Randolph Hearst, magnata da comunicação nos Estados Unidos.

O documentário é dividido em 4 partes:
Na primeira parte ele mostra a relação entre a Rede Globo de Televisão e o período militar, no qual se vê fatos sociais que ocorreram no país em decorrência do governo.
Na segunda parte apresenta o acordo firmado entre a Rede Globo e o Grupo Time-Life.
Na terceira parte evidencia-se o poder do proprietário da Rede Globo, Roberto Marinho. Mostra também o suposto "apoio" da Rede Globo à saída dos militares do poder, na figura do candidato à presidência da República Tancredo Neves.
Na quarta parte, tida como a mais importante e reveladora do filme, mostra-se às claras os envolvimentos ilegais e mecanismos manipulativos utilizados pelas Organizações Globo em suas obscuras parcerias para com o poder em Brasília (incluindo fraudes em eleições, assassinatos encomendados por seus maiores figurões e outros).

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